Skip to main content

O LIV traz para a Coluna Educação Socioemocional deste mês um pouco do trabalho feito desde 7 de abril, Dia Nacional de Combate ao Bullying

O Dia Nacional de Combate ao Bullying, celebrado em 7 de abril, chama a atenção para este tipo de violência, que tem sido cada vez mais comum e se manifesta principalmente no ambiente escolar. Muitas escolas aproveitam a data no calendário para envolver alunos e professores em discussões sobre o tema. Mas é preciso lembrar que o combate à prática é diário e deve ser enfrentado em conjunto por educadores e famílias.

Mas, afinal, o que é bullying?

Quando uma criança ou adolescente discute com um colega em sala de aula ou no recreio, não podemos considerar bullying, mas apenas um episódio pontual. O consiste em agressões físicas ou verbais que acontecem de forma recorrente e têm caráter intencional. Ele tem por objetivo provocar dor e desconforto no outro. E, além disso, explica Rafaela Paiva, consultora pedagógica do LIV, ocorre sempre entre pares. “Se os episódios são entre um adulto e uma criança ou um professor e um adolescente, trata-se de assédio”.

Conheça alguns enganos que cometemos ao falar sobre bullying

É comum que muita gente pense que determinadas características de uma pessoa, relacionadas à aparência ou classe social, sejam os motivos de episódios de bullying. A  questão não está associada a quem sofre a violência, mas sim com quem a pratica, que não consegue aceitar o outro. Ou seja, o fenômeno é muito mais complexo e se relaciona com a violência que permeia a sociedade.

Em um mundo em que a competição se sobrepõe à cooperação e onde há mais segregação do que construção de pontes, o preconceito cresce — e acaba atingindo a comunidade escolar, que é um microcosmo da sociedade. Outro erro comum é cristalizar papéis de agressor e vítima em casos de bullying:

“O professor e a família nunca devem rotular. Na infância e adolescência, a gente vive muitas relações sociais pela primeira vez. E quando entendemos o bullying como um fenômeno social, percebemos que o agressor pode ter sido, ele mesmo, agredido ou assediado anteriormente, e aquele a quem chamamos de vítima pode estar também praticando bullying contra alguém”, alerta Rafaela.

Diversas pesquisas apontam que o bullying está muito presente no dia a dia dos estudantes. Conheça alguns dados:

Um dos dados mais alarmantes sobre bullying se refere ao silêncio daqueles que sofrem a violência. Uma pesquisa da Abrapia com crianças e adolescentes revelou que 43%, ao se tornarem alvo, não pediram ajuda aos colegas, professores ou família. A dor foi toda sentida de forma solitária. Por isso, a escola deve agir não só para reduzir o fenômeno, mas também para se tornar um espaço seguro de fala

Inteligência emocional é aliada no combate ao bullying

O bullying nasce de uma incapacidade de se enxergar e aceitar as diferenças do outro. Em outras palavras, surge por conta de dificuldades de convivência. E, para aprender a conviver, é necessário desenvolver a inteligência emocional e habilidades socioemocionais, preocupações constantes das aulas do LIV.

“Quando temos autoconhecimento, empatia, autorregulação, ou quando investimos em colaboração, perseverança, aprendemos a conviver melhor com o outro e também com a gente mesmo. E isso, por si só, já é uma forma de prevenção do bullying”, diz Rafaela.

A especialista do LIV diz ainda que quanto mais habilidades forem aprendidas, mais chances há de se reduzir a violência nas relações. “Não é uma ciência exata. Não é por uma criança ter habilidade socioemocional que não vai praticar em algum momento bullying, já que a violência é nossa língua materna. Mas ela pode, sim, aprender outros idiomas e, com isso, interromper o ciclo”.

O exemplo também precisa vir de casa!

“Ninguém aprende por comando”, lembra Rafaela. Crianças e adolescentes são esponjas que absorvem o que acontece ao redor, inclusive no ambiente familiar. “A família precisa dar o exemplo. Se ela não tratar o outro com respeito, como a criança vai entender que precisa fazer isso?”, indaga a consultora pedagógica do LIV.

A presença da família na escola também é fundamental. “Os pais devem saber quem são os amigos do filho, perguntar aos professores como a criança se relaciona com as demais, comparecer às reuniões, ir muito além de apenas perguntar como foi o dia do filho”.

Por isso, a família precisa ficar atenta para abrir espaços de fala e se comunicar com as crianças e os jovens. Atividades lúdicas também são bem-vindas. Uma sessão de cinema em casa, por exemplo, pode ajudar a desenvolver uma conversa.

Conheça “Extraordinário”, filme que diverte e faz pensar

Filme estrelado por Owen Wilson, Jacob Tremblay e Julia Roberts foi baseado no romance homônimo de 2012 escrito por R.J. Palacio

Um dos filmes que podem ajudar a uma reflexão conjunta é Extraordinário, que conta a história verídica de Auggie Pullman, interpretado pelo ator Jacob Tremblay. O personagem nasceu com uma deformidade no rosto, passou por 27 cirurgias, e sempre estudou em casa. Quando a família decide que é a hora de o menino ir à escola, ele enfrenta um dos maiores desafios da sua jornada: enfrentar julgamentos e situações de exclusão.

Saiba como o material LIV pode ajudar professores a falar sobre bullying

Os professores podem contar com uma série de recursos para levar os alunos a se sentirem à vontade para discutir o assunto. As séries são bons pontos de partida. “Muitas vezes, quando a criança ou adolescente vê uma série e se identifica com a situação pela qual passa um personagem, consegue se abrir”, diz Rafaela. Quem costuma praticar o bullying também pode perceber o quão nocivo é o seu comportamento.

Rodas de conversa e dinâmicas em sala facilitam a abordagem de temas como o bullying

Jogos, textos e dinâmicas também facilitam conversas sobre o tema. Outra estratégia eficaz é a construção de espaços seguros de fala para que todos possam falar de sentimentos. Os professores têm à disposição material LIV para conduzir as turmas em assuntos variados, entre eles, bullying.

Quer saber como o LIV ajuda estudantes, escolas e famílias a desenvolver a inteligência socioemocional e a lidar com casos de bullying? Acesse a cartilha “Desconstruindo o ciclo do bullying e do cyberbullying” e saiba mais sobre este tema.

Compartilhe: