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Soluções tecnológicas são um grande diferencial para o aprimoramento da qualidade do ensino e da gestão — provamos isso em 13 motivos

A educação certamente foi uma das áreas mais impactadas pelos acontecimentos dos últimos dois anos. Seja pelas dificuldades impostas pela pandemia ou mesmo pelas transformações sociais do período, a tecnologia ganhou ainda mais protagonismo. E, no caso das instituições de ensino, se tornou uma ferramenta imprescindível para oferecer mais recursos aos professores e gestores.

“Atualmente, não existe outra possibilidade a não ser investir em soluções que engajem, que falem a língua dos alunos, que forneçam dados estratégicos para as tomadas de decisões. A tecnologia facilita o dia a dia das escolas e é fundamental para que profissionais da área superem os crescentes desafios da educação”, explicou Regina da Silva, diretora Pedagógica do Educacional – Ecossistema de Tecnologia e Inovação, área de negócios da Positivo Tecnologia dedicados à educação.

Para esclarecer a eficiência das tecnologias desenvolvidas para a educação, e também para explicar como se transformam nas melhores alternativas para apoiar toda a comunidade escolar, o Educador21 foi ouvir diversos especialistas do mercado a respeito do tema.

O resultado foi uma lista com 13 motivos para que toda instituição de ensino considere o potencial das soluções tecnológicas em seus planos estratégicos, otimizando tanto o lado administrativo quanto o pedagógico.

#1 Segurança
Além de facilitar o dia a dia das escolas, a tecnologia é fundamental para que profissionais da área superem os crescentes desafios da educação. E como as ferramentas digitais passaram a contribuir para a digitalização do processo de gestão da prova, por exemplo, independentemente do modo de execução, a questão da segurança agora ocupa um lugar de destaque no quesito dos desafios.

Ao serem realizadas aulas remotamente, ou no caso da EAD, há uma maior gama de aplicantes: uma no extremo sul ou extremo norte do país.

“Com exames online ocorre a possibilidade de estudantes de todas as demais regiões concorrerem para as vagas. O que não ocorreria na mesma proporção se fossem exclusivamente presenciais, uma vez que os fatores de deslocamento, como custo de transporte e hospedagem, excluiria boa parte dos interessados. Sempre é bom destacar que é necessário investir em soluções que engajem e falem a língua dos alunos”, ressaltou Rafaela Manes, diretora de desenvolvimento de negócios em mercados de língua portuguesa da TestWe, referência europeia de certificação de provas e avaliações digitais.

#2 Relação custo/benefício
A adoção de sistemas de gestão, plataformas educacionais e os investimentos em infra estrutura tecnológica permitem a revisão de rotinas e fluxos, gerando economia de insumos em todas as áreas. No caso da educação, essa economia é mais percebida em insumos como papel, cadernos, livros físicos, e nos espaços de arquivo e armazenagem de documentos.

O emprego de tecnologia também traz economia de mão de obra pela automatização de rotinas. Mas a escola não deve ser uma prateleira de tecnologia, investir porque “está na moda”, de acordo com Wallace Morato, diretor financeiro e tecnologia na Escola Beit Yaacov .

“A tecnologia deve ser ferramenta, deve ser meio para o desenvolvimento do projeto pedagógico da escola. Respeitado o primeiro valor, penso que a escola deve investir em soluções tecnológicas com ampla aplicabilidade, possibilidade diversificada de usos e recursos” frisou o especialista.

O pensamento é corroborado por Gunther Mittermayer, sócio-fundador e diretor de novos produtos da Escola Mais. Segundo ele, a aquisição de novas tecnologias deve levar em conta muitos pontos, sendo que os principais são:

  1. Será que o contexto que essa tecnologia exige faz sentido para minha escola? Será que as exigências de tempo, espaço, recursos, pessoas fazem sentido pelo benefício que a ferramenta propõe?
  2. Será que o custo dessa ferramenta faz sentido pelo benefício que ela oferece e será que o valor será percebido pelos alunos, equipe e/ou famílias?
  3. A complexidade do ambiente tecnológico que se cria na escola é adequada para a capacitação da equipe que fará uso e dará manutenção destas ferramentas?

#3 Engajamento
Outro dos grandes desafios da educação é conquistar a atenção dos alunos. Fica cada vez mais difícil uma educação eficaz apenas com um modelo tradicional de ensino, onde o aluno é um mero espectador. Com a tecnologia na educação, é possível tornar o processo de aprendizagem mais engajador — dentro ou fora da sala.

A gamificação é uma metodologia que permite às instituições aproveitarem recursos como a Realidade Virtual e o storytelling para criar ambientes de aprendizagem lúdicos e envolventes. Também está disponível em várias plataformas usadas nas escolas.

E, apesar de parecer, essa não é uma inovação que só cabe ao ensino básico, mas em todas as camadas de aprendizagem, tanto para crianças quanto adultos.

#4 Digitalização
A principal vantagem da digitalização dos materiais pedagógicos é que eles tendem a ser muito mais dinâmicos e interessantes do que livros em papel. São inúmeras possibilidades — desde videoaulas, gráficos interativos, jogos até outras formas de interação impossíveis de serem implementados num material impresso. Além disso, o uso de material digital também abre possibilidades para mais pontos de avaliação com métricas de aprendizagem e viabilizar uma aprendizagem adaptativa para os alunos.

“Na Escola Mais, gradualmente ao longo da vida escolar dos alunos, os materiais didáticos vão se tornando primordialmente digitais. Temos uma equipe pedagógica em nossa central que produz, avalia e monitora o uso desses materiais em nossas nove unidades escolares”, disse Gunther Mittermayer, da Escola Mais.

Com o retorno do presencial, ainda que nem todas as escolas tenham adotado essas práticas de forma definitiva, o setor avançou muito rápido e alguns aprendizados permanecem. Muitas escolas foram forçadas a se movimentar na direção de repensar suas práticas pedagógicas e gerenciais. E quando se fala processos de digitalização das instituições de ensino, a recente LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) é um marco fundamental, por estabelecer parâmetros claros para tratar do assunto.

“Essa preocupação passou a ser ainda mais importante para as escolas, e não está ligada exclusivamente a sistemas digitais. É claro que, com a digitalização de materiais, dados de alunos e famílias e processos online, há uma série de cuidados adicionais a serem tomados, assim como uma evolução constante desses processos”, esclareceu Gunther.

#5 Avanço no conhecimento e aprendizado
Quando pensamos em tecnologias aplicadas na educação, o objetivo é utilizar seu potencial para construir conhecimentos de diferentes e de novas maneiras. Os estudantes de hoje seguem um ritmo próprio, com interesses e vivências diferentes.

Ao utilizar tecnologias educacionais, as escolas conseguem trazer o conteúdo que precisa ser trabalhado para o contexto desse estudante, aumentando engajamento e autonomia — visto que ele pode interagir com ferramentas que já conhece para aprender. Habilidades que precisam ser trabalhadas também ganham destaque com a utilização de tecnologia aliadas às metodologias pedagógicas.

Criatividade e habilidade de resolver problemas complexos por meio do pensamento computacional são duas dessas habilidades, que só podem ser trabalhadas e exploradas efetivamente quando os estudantes estão no centro do processo. E, segundo Guilherme Camargo, CEO e fundador da Sejunta, consultoria especializada em tecnologia educacional, dessa maneira ainda se promove autonomia e trabalho em equipe.

“Uma das reflexões é a de tirar as ideias da cabeça e fazer com que elas ganhem vida, como é o caso de fazer um protótipo de um aplicativo dentro da sala de aula que antes era apenas um pensamento na cabeça do estudante. Por meio de atividades que os envolva com a proposta, itens estes que, com tecnologias, não só se tornam possíveis mas também ganham proporções extraordinárias”, disse Guilherme.

#6 Aumento da produtividade
Os recursos tecnológicos devem trazer autonomia e agilidade de processos e rotinas para toda a comunidade educativa. Digitalizar e implementar sistemas de gestão acadêmica possibilitam que a instituição de ensino aja mais como um negócio — ao menos, é claro, na parte administrativa da sua operação. Com uso de sistemas integrados, é possível automatizar várias tarefas, bem como otimizar o atendimento ao aluno.

Independentemente do tipo de solução, é sempre fundamental que se avalie o contexto em que se espera implementar determinada tecnologia, pois nenhuma ferramenta tecnológica resolve magicamente nenhum problema. E, muitas vezes, vemos escolas implementando tecnologias que acabam trazendo pouco ou nenhum benefício para a instituição.

É sempre importante que o processo e as pessoas envolvidas sejam levados em conta antes de se adotar uma determinada tecnologia. De acordo com os especialistas da área, deve-se partir da premissa que não pode existir ditadura tecnológica; uso de tecnologia deve ser sempre libertador.

#7 Feedbacks e interações imediatas
A tecnologia na educação pode ser transformadora, revolucionando métodos, fórmulas, qualidade e tipo de ensinamento — bem como impactando na gestão do negócio e melhorando sua eficiência. Além de todos os benefícios mostrados até aqui, um destaque é a forma como a tecnologia na educação transforma a operação e a capacidade de promover interações imediatas.

Muitas ferramentas tecnológicas desenvolvidas por edtechs otimizam a gestão do negócio. E muitas auxiliam os educadores a compreender em detalhes o avanço de cada aluno nos temas estudados. O que permite personalizar a jornada de aprendizagem, individualmente.

Esse acesso a feedbacks baseados em dados (e atualizados em tempo real) é um dos avanços que quebram uma das clássicas barreiras de comunicação entre alunos e aqueles que o ensinam, e entre os próprios decisores dos processos de gestão.

#8 Sustentabilidade
Atualmente, não se pode mais falar sobre inovação tecnológica sem levar em consideração a agenda ESG — sigla em inglês para environmental, social and governance, que corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização, termo cunhado em 2004 numa publicação do Pacto Global em parceria com o Banco Mundial chamada Who Cares Wins. Esses avanços da tecnologia, que tornam a vida mais prática e eficiente, também estão presentes na Educação. E os estudantes do século 21, nascidos em um contexto altamente conectado, já enxergam muito além nesse quesito, se comparados com a geração anterior.

“Em nosso cotidiano escolar, temos duas frentes que coexistem e se complementam: as aulas são pautadas por inovação e contam com inúmeros recursos tecnológicos por excelência, como é o caso da Cloe, plataforma desenvolvida por nós, desde quando a Camino era apenas um embrião. A outra frente é uma preocupação genuína com a temática sustentável e com a responsabilidade social”, explicou Leticia Lyle, diretora da Camino School e cofundadora da Camino Education.

De acordo com a educadora, esses dois fatores perpassam por todos os setores da Camino: da conscientização dos estudantes para zelarem pelo bairro e desenvolverem hortas urbanas até os programas de bolsas sociais, incluindo o recente Aprendizagem Para a Vida (APV), curso de alfabetização de adultos no turno da noite, cujo cronograma é integralmente gratuito.

“Ambas as linhas são complementares e não podem ser separadas. Sempre ao pensarmos em iniciativas, sejam elas pedagógicas, administrativas ou de aprimoramento tecnológico, temos em mente inovação e sustentabilidade. Somos norteados por esses valores, que são diretrizes globais”. frisou Letícia Lyle.

#9 Agilidade nos processos
A agilidade nos processos é primordial para o ganho de produtividade e manutenção de uma rotina ágil de trabalho, de modo que a empresa possa atender aos seus prazos e compromissos, gerando valor para gestores, colaboradores e clientes. Essa necessidade também é sentida na gestão educacional.

Desenvolver as próprias soluções tecnológicas para proporcionar a melhoria de processos administrativos, bem como de inovações pedagógicas, foi a decisão da Escola Vereda. Diante das restrições impostas pela pandemia, a gestão da instituição chegou à conclusão de que não havia uma solução verdadeiramente completa e integrada capaz de resolver os desafios de um modelo educacional tão específico quanto o deles.

“Dessa forma, alocamos, ao longo dos últimos três anos, mais de 30 profissionais que transformaram as soluções para contornar as restrições de convívio em caminhos extraordinários para o crescimento de estudantes e educadores pós pandemia. Tudo isso com um custo 35% menor e uma eficiência 5,6x maior do que se tivéssemos contratado soluções de mercado”, informou Bruno Vieira, sócio responsável pela área de inovação da Escola Vereda.

#10 Fortalecer a cultura de aprendizado

A tecnologia torna o aprendizado, indiscutivelmente, mais atraente. A professora Esther Carvalho, diretora-geral do Colégio Rio Branco, vai mais além, e explica que a tecnologia, quando bem utilizada nos processos pedagógicos, pode até incentivar a cultura de aprendizagem. Dessa forma, pode tornar o processo mais dinâmico, nutre a criatividade e ainda garante o engajamento de todos.

Usar atividades da chamada low tech ( baixa tecnlogia) é uma excelente forma de fortalecer a cultura “faça você mesmo” nas escolas, por exemplo. E um aspecto que traz atratividade aos alunos com uso de tecnologia é o fato de ter acesso a conhecimento usando diferentes linguagens, como vídeos, simuladores, gamificação. São possibilidades que vão muito além da mídia impressa, o que também permite que alunos com diferentes estilos de aprendizagem tenham um melhor aproveitamento.

A professora Esther ainda frisou que o uso da tecnologia ajuda os alunos a produzir e sistematizar o seu conhecimento, de forma a tornar o aprendizado mais interessante e mais atraente, além de mais dinâmico. “Obviamente, é muito imortante trabalhar com a mediação do adulto, porque não é o uso da tecnologia por si, em si, mas sempre com um objetivo pedagógico bastabte consistente”, complementou a educadora.

#11 Tornar o ensino mais atraente
O mundo caminha cada vez mais para a personalização. Mesmo com tantas possibilidades de consumo, é preciso considerar que as pessoas são diferentes, têm necessidades e objetivos próprios e que não se identificam com soluções em massa. Nas escolas isso não é diferente.

“A tecnologia permite que o gestor tenha uma visão macro de todos os indicadores essenciais para o seu trabalho. Já a tecnologia realmente inovadora, permite o acesso a micro dados, o que torna possível a construção de projetos personalizados. Hoje, vemos soluções que se adaptam ao caminho de cada aluno para proporcionar uma verdadeira experiência no processo de ensino-aprendizagem”, disse Regina da Silva, do Educacional.

Cada ano, cada turma e cada aluno têm suas necessidades, habilidades e desejos exclusivos. E é preciso responder a tudo isso. “A dica que deixo aos gestores é que busquem parcerias que permitam a construção de projetos personalizados. Assim, a tecnologia vai ajudar as escolas a, de fato, se desenvolverem e se tornarem mais eficientes em suas propostas”, resumiu Regina.

#12 Aprimorar a prática pedagógica do professor
Os professores também ganham com o incentivo à adoção de projetos inovadores. Com a prática pedagógica constantemente desafiada e aprimorada, a experiência docente é enriquecida e o profissional ganha motivação. E um profissional mais motivado, em qualquer setor, inclusive na Educação, certamente tem mais chances de trabalhar com mais propósito.

“Quando a escola incentiva os professores a desenvolverem e experimentarem projetos inovadores, está favorecendo a cultura da confiança e da inovação. Nesses ambientes, errar é possível, e tentar buscar a prática mais inovadora, que engaje os estudantes, são perspectivas que merecem atenção e dão diretrizes à gestão inovadora. Professores mais abertos a inovar e tentar propostas diferenciadas serão melhor recebidos nesse contexto”, disse Adriana Martinelli, diretora de Conteúdo da Bett Brasil, maior evento de inovaçõ e tecnologia em educação da América Latina.

A diretora frisou, ainda, que quanto mais a escola planejar uma cultura de evolução e aprimoramento dos docentes, mais ela conseguirá manter uma time coeso e coerente com a missão e propósito da escola. “Os gestores da escola perceberão que manter um profissional animado, motivado e engajado com seu propósito traz melhor resultado para os estudantes. Dar espaço para criação, compartilhamento e construção de projetos coletivos é o melhor caminho para a manter a cultura de profissionais engajados e comprometidos com seu propósito”, explicou.

#13 Fortalecer a marca da escola
Não é segredo que as escolas particulares precisam ser rentáveis. E não há nada de errado nisso. Elas precisam se manter e gerar lucro para poderem investir cada vez mais em melhorias para os alunos e para a comunidade escolar. Por isso, estão sempre motivadas a reter e conquistar alunos, a serem reconhecidas como instituições inovadoras e a serem eficientes na sua operação.

E projetos de escolas que têm a inovação como característica acabam se tornando conhecidos na comunidade. Isso fortalece a marca da instituição e sua reputação como referência no ensino. A conquista de alunos acaba sendo apenas consequência do trabalho diferenciado e arrojado.

Aproveite o início do ano letivo para dar um toque de inovação nas atividades da sua escola. Mescle projetos que envolvam tecnologia e outros que inovem de outras formas. Além disso, pesquise editais públicos e privados que serão abertos ao longo do ano, porque muitos projetos inovadores em educação podem receber incentivos financeiros para ser implantados.

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